Blues da Quarentena

Foto à contraluz de homem caminhando para o mar num fim de tarde na praia.
Imagem: Marcelo Santucci, CC BY-SA 3.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0>, via Wikimedia Commons

por Tiago Matias Fausto*

Tudo parou, posso sentir no ar,
o telefone ainda toca, as contas chegam,
o cão ladra nas ruas sem parar
e o relógio na parede mostra o tempo passar.

Estou trancado olhando para leste.
Lembro que é quinta e não terça,
meu meio-dia, parece meia-noite, estou isolado.
Quem disse que homem nunca havia chorado?

Quando eu voltar.
Ainda vou amar?
Ela vai me amar?
Tudo vai melhorar depois que piorar.

Quando eu voltar.
Na rua vou andar.
A música vai tocar.
E o latido do cachorro parar.

Essa curva alta vai descer.
Será que eu posso beber?
Por que não estou preparado para ver,
quem um dia cuidou de mim perecer.

As estrelas nenhuma se apagaram,
vejo a lua e me banho com o Sol.
Podem remover cada oceano e varrer a floresta.
Pois tudo para mim é a esperança que resta.

*Tiago Matias Fausto é graduado em Comunicação Social, pós-graduado em Literatura e cursando atualmente Letras. Professor de Português da rede Pública. Sua vida é escrever e com a escrita encontrou não só um advento de uma habilidade, mas uma forma de viver. É um educador que ama o trabalho e tem um grande sonho de transformar todas as suas histórias em livros vendáveis, para que as suas histórias verberem para sempre nesse cosmo que é a mente humana.

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