Imagem: Denys Nevozhai no Unsplash por Felipe Sanches* O livro da guarita O livreto, o folheto O libreto da ópera O conserto Do encanamento. O recado da padaria O papel de pão Assinado, precificado O dever do sim O papel do não O entregador no portão. Sem pão, o entregador Sem registro, sem livreto Álvaro…
Foto: by Alex Blăjan on Unsplash por Nicole Galindo Castro* Há algum tempo, Quando a cama dos meus pais Era pula-pula, Quando um exemplo era realidade, Uma criança brincava com criatividade. Ainda naquele tempo, Quando ser uma fada, sereia, Ou até brincar na areia, Eram coisas divertidas, Não havia quem não conseguisse Me deixar entretida….
Foto: by Xin on Unsplash por Sarita Borelli* Comendo a comida de segunda na sexta tudo vai bem. Logo, telefone que não toca deixa as presenças ausentes cozinhar diariamente é um estado novo na sociedade pandêmica assim como lavar passar, não ninguém passa exceto ambulâncias ninguém fica exceto eu em mim novo dia de afetos…
Foto: by Samuel Foster on Unsplash por Felipe Sanches* Partiu o 199-D Urgente, crescente Fumaça; clima quente Rumo ao Terminal, ponto Final; clima de v.lório. Ninguém sabe o exato Itinerário; só se Sabe o urgente Ponto final: O v.lório. *Felipe Sanches é graduado em Geografia pela Universidade de São Paulo, poeta, editor de livros didáticos,…
Foto: by Joel Filipe on Unsplash por Vitor Varella* a democrática discordância demove o homem que vota e põe as casas dos sem-teto em processo de desertificação na sessão de terapia conjunta a humanidade irresoluta assiste a acidentes de carro discute o câmbio flutuante lambe o chão sujo de sangue e enforca bebês…
Foto: ©Charles “Duck” Unitas on Unsplash por Anderson Antonangelo* num bistrô obtuso dois homens cauca- sianamente obtusos bebem um cognac old aged in oak barrels com um adstringente retrogosto obtuso e descobrem ao aca- so que o direito à propriedade é sim um direito humano e no meio de tantas posses tantas coisas…
Foto: ©Paweł Czerwiński on Unsplash por Luis Vassallo* Silêncio Convidei um amigo para o silêncio de um chá. Eu, ele e oitenta tiros de fuzil. Oitenta tiros pesa menos que um metro de gritos, esfria mais rápido que duas xícaras de sangue negro. O silêncio é plácido, escuro e quando tudo faz silêncio não podemos…
por Anderson Antonangelo* a repórter noticia a descida da serra e distrai o paciente na esterilizada sala de espera pacientemente passa o tempo esquece-se do abscesso pulmonar percebe o engarrafamento do próprio engarrafamento que não se sabe ser de hoje do natal pas- sado de décadas passadas corta da rodovia pro centro da cidade…
por Girlane Florindo* “Mulher é desdobrável. Eu sou.” Já dissera Adélia Prado. E disso me aproprio. Poeta: Será que sou? Quisera ser, eu… Nos caminhos, descaminhos Inteira estou… florindo Em meio aos espinhos. No cair das folhas, No soprar do vento forte, Ou do escaldante sol, caminho… Se em reta linha Ou na virada brusca,…
por Anderson Antonangelo* irresoluta postura o peito estufado concretude excelsa no estandarte de indefectível sistema de avaliação moral ante a pequenez dos depravados o olhar obtuso de devota contemplação: uma bandeira neodivindade têxtil hasteada flâmula complexo sistema de talhos de pano de pigmentação variada coesas por labirínticos caminhos intrincados emaranhado de celestiais fios costura de…
